sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Fragmento
para desflorá-la com uma pá;
é túmulo que cava,
ou está plantando uma gravidez?
Que as pessoas masturbam as barras do metrô numa generosa pole dancing é óbvio.
Quais são as roupas da Terra?
Seriam os lagos óculos enormes?
E os rios lágrimas escorrendo
já mais pela arte dolorida.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Como ler
lambem-lambem
lêem uma vez enquanto assistem televisão
uma vez e meia.
lêem pela metade.
lêem uma palavra direito, e falam "Aha!"
saem a comentar quatrocentas páginas, sorridentes
(já podiam ter ido para a casa que os pariu,
dormir e escovar o cabelo)
que diabos?
se é um texto, se é escrita
(aviso que isto aqui não é escrita; é só um palavrão)
então é igual a uma escultura:
não basta uma foto!
faltam os ângulos...
uma vez
comentaram para mim:
"seu texto fica melhor quando lido de cabeça para baixo"
demorei um ano e um dia
para entender
que ele lera meu texto
de trás-pra-frente.
amigos!
letrinhas são como um monte de formiguinhas
estão aí,
à disposição,
para que se brinque de assassínio e de perversidade.
vivem só para serem pisadas, em números de sapateado.
Um texto é feito para ser invertido,
para ser dobrado e amassado,
para ser usado como papel-higiênico.
Um texto é útil.
Se lhes ensinaram no colégio
que as páginas ficam em pé sozinhas
todas reverenciando o deus-sol
calmas e fáceis;
lembrem sempre disso:
aqui, onde eu moro, venta muito,
e as folhas estão sempre na ordem errada.
leiam uma
duas
leiam os dedos dos pés
tentem ler um texto
como se ele estivesse na frente dele mesmo.
Tirem-no da frente.
Jornal
só serve
para fazer barquinho
e avião
e principalmente chapéu.
não leiam jornal.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
pânico
ofegante sem parar, meio desesperado, e isso foi o mais incrível
mais do que todo o espetáculo, a verdadeira ação foi interna, foi no peito, doía tanto, a percepção, algum tipo de infraestrutura básica fora abalada, não era em nível conceitual, ou mesmo de sentimento: era antes disso tudo, eu doía e perdido.
eu já nem lembro. e os nervos à flor da pele, saí correndo do banheiro, estava quase chorando de desespero, e sem saber porquê. só me fez mal.
se me encostassem, se me viessem me tocar, eu gritava, eu ia explodir de horror, um desprezo-desespero, estavam todos tão doentes e eu só queria sair dali, só sair dali, socorro.
Greenaway falava tanto de aprisionamento, em malas, em prisões, em casamentos, e eu só me sentia encurralado; no fim, era uma sensação muito profunda, muito mais profunda do que amor ou ódio: era simples vertigem, simples pânico desesperado de se ficar esperneando horas afogado, espasmos, espasmos, não ter jamais por onde sair daquele pânico horroroso, frenesi ébrio e sem nexo que eu já vislumbrara em noite, que tenta ser pura dor horrorizada; dor das aflições, dos tremeliques, dos tiques ensandecidos, de todos os músculos tensos se contraindo, um corpo eletrocutado à espera de mais dor, dor que nunca vem; porque é o mais terrível de todos, que sabemos que vamos morrer e nunca morremos, e os segundos de certeza antes de alguém esmurrar-lhe a face, espancar-lhe por horas até nunca com barras de ferro, aquela certeza aterradora de que haverá dor, e será pior de tudo: odiar o presente, odiar a vida, odiar a existência, querer ser simplesmente erradicado, arrancado do mundo feito um carrapato; é a certeza de que será um Monstro - pois que metafísico, monstro imaginado, alucinação febril. a única sensação é de um total esmagamento sem ar, ser prensado por um milhão de toneladas; sensação de presa, cercada pelo predador, sabendo-se com segundos contados, o desespero mais forte do mundo, em que tudo conspira para arrebentar a própria carne; quanta dor não exala pelos ares, não irradia de chamas por essa simples covardia impossível - invertida, o maior covarde de todos, e já não tem pra onde ir, e aí o mundo vira de cabeça para baixo e é ele quem vai pular nos pescoços de todo mundo; na verdade ele é o pior de todos, ele desperta em fera abominável, de dentes enormes de arrancar carne, de rasgar rostos ao meio como folhas e jogar na fogueira dos olhos tresloucados.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Verdeacaminho
domingo, 2 de novembro de 2008
Lugar-comum
é o que se chamava, antigamente, quando as pessoas sabiam falar direito, de 'grupo de gigantes'.
o que sempre reconheci como um monte de metades de idéias, lançadas ao espaço pela filosofia louca de um lugar-comum.
É isso aí que eu batizo de hifenização da sociedade;
palindromização da sociedade;
desconstrução da sociedade, sociedadização da sociedade s.a.
'Ora, quem é essa tal de sociedade - com quem você anda saindo, dia e noite, e volta só na segunda-feira à tarde,
bêbado,
sujo,
em trapos?
Essa piranha que te levou a falar mal dos sentidos engraçados,
daquela fase azul daquele pintor feio,
de um macaco em cima da árvore - que bonito! que bucólico!
de um não-sei-o-quê ilegítimo que só atrapalha na hora de transar?
Logo tu que antigamente era safado,
que gostava de desenhar mentiras na parede,
que não sabia dançar;
Logo tu que nunca soube sonhar em voar?'
Ah, não sei nada disso, eu só digo, sem saber o quê:
ih! inventem seus próprios léxicos de nadafazeres inúteis.
aí nós poderemos digladiar fantasmas, sem lençol - vai ser divertido! vai ser infantil, mas dane-se, que é festa-sesta na cidade-aventura de Mil-direção!
'lençol' - isso é o que eu chamava de papel branco,
terça-feira, 19 de agosto de 2008
e que ele me serve de álibi
quando sou fraco e sujo
ele me mostra que sou forte e corajoso
ha, vou brincar de bonecas quando sua mãe não estiver olhando
porque quanto mais a gente chora em um canto qualquer do quarto ela vem com o rolo de macarrão na mão roçar as minhas faces úmidas de lágrimas e rir uma risada enorme. eu a odeio.
quando então a matarei, que já nem sei.
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Já é tarde
Naqueles momentos nos quais a solidão cansa no peito, e se busca com desespero as imagens belas dos dias bonitos e amarelos.
Mas não:
que os dias bonitos já são há tanto,
já se agüenta a distância até já nem notá-la mais,
que aquele jovem coração feito de chamas claras, brancas e vivas,
ele está afastado há tanto de qualquer outro:
que as teias de aranha da indiferença vêm crescendo,
e que os sonhos já também perdem o sentido,
que já se vive em função de ideais de gelo;
tanto mais terrível por ser um sono tão leve,
Ah! Qualquer brisa me acordaria!
Brisa mesmo que nunca vem.
E cada vez mais sensível aos mínimos suspiros,
e cada vez menos eles vêm.
A vida é bela e implacável - como aquele quadro de musa que guardo no meu quarto,
e que às vezes fecho-lhe os olhos para lhe sentir saudade,
e que já prometi só me deixar vê-lo quando puder sorrir de novo - e por nada,
mas que já fiz a promessa também há muito,
e que já mesmo as paixões mais infantis vão se tornando hábito cinza e desgastado.
Mas aquele distante olhar de alguém que nunca existiu.
Lembro que um dia eu era aqueles olhos,
Quem sabe se algum dia não lhes dá na telha das correntes de destino que agrilhoam este navio de existência, não se viram como as marés em sua dança lunática de fim dos tempos, e nos deixam abalroar algum recife! para novamente podermos afundar nessas águas revoltas, poder chorar rios de lágrimas! - que nunca mais chorei lágrimas nessa odiosa calmaria morta e seca.
Estou reduzido a planejar vidas idiotas com todas que vejo e odiá-las escondido.
E já não entendo quando, trêmulo, no escuro, me enrosco na cama e sonho com infinitas daquelas que já amei algum dia, mas não adianta,
que até aí já não as lembro direito.
Não-lembrar: é o maior desespero,
não-lembrar dos maiores amores que doíam insuportavelmente.
domingo, 11 de maio de 2008
Noite II
tão chorando como os pelados,
tão sozinho como os pelados,
e vai lá e salta num súbito,
salta das trevas, em espasmo,
rasga todas as vestes vizinhas,
grita e mata
morde e mata
gritando e sorrindo
bebendo sangue e sorrindo
fumando e sorrindo
rasgando carne
rasgando vestes
rasgando pálpebras com garras de aço em sorriso estático,
o sorriso duende,
sorriso vampiro.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Que é o elfo? (rascunho)
Que é o ser alado de vislumbres
e explosões de artifício arroxeado,
e névoa e não-estar-ali?
Que quando se olha não se pensa,
e quando se pensa não se olha,
que só existe, concretamente, quando não importa,
e não responde perguntas: a não ser quando é segunda pessoa,
porque a essência da segunda pessoa não é estar à vista
("estar à vista" - isso é das terceiras pessoas, das fotos, das multidões de poe e walter benjamin).
A essência da segunda pessoa é interlocutor,
de preferência, invisível, ou diria-se, semi-visível,
pressuponível, extrapolável.
O elfo é aquele ser-fada que surge e distorce o mundo,
e que não deveria estar ali: talvez só exista (no sentido concreto do verbo, no sentido de levar a conclusões filosóficas dos que acreditam que as palavras têm vida e sentido próprios) talvez só exista no passado,
- que no presente nem pensamos em existências,
estamos preocupados em colorir o mundo com os olhos:
talvez o elfo seja justamente isso,
uma cor que o olho põe no mundo,
cor não de visão, mas de tato e de conversa,
cor-de-outrem; de interlocutor.
Ora, mas se já não falo mais do elfo, e sim daquele ideal essencial à razão,
aquele companheiro de todas horas,
o Outrem extrapolável da experiência cotidiana,
que pode ser eu-futuro, amigos comunicantes do futuro,
nunca do presente:
Porque se 'ambos' estão rindo dos acontecimentos agora,
depois poderão parar de piadas internas,
e conversar normais.
e comunicar normais.
Que tudo fora um grande jogo!
e na verdade sabem claro que nenhum deles existe.
Mas se já confundi a figura do elfo,
a figura do Mágico-Outro, não interlocutor, mas paisagem,
- que talvez o elfo seja justamente terceira pessoa,
ou que o diálogo com ele represente uma essência do diálogo:
porque ele é Sujeito, e jamais objeto,
ele afirma sua (ir)realidade com potência.
Se confundi-a com o nosso personagem-colega,
o que nos acompanha: o eu-memória, a memória, o futuro de lembrar o agora.
Um existir, agora, mas já em contar lembranças no futuro,
não propriamente tentando se aliar aos indivíduos de hoje
- se aliando aos do futuro.
Então o são é baseado em alianças de intersubjetividade,
de comunicação, que justamente saltam as distâncias de tempo-espaço;
enquanto o louco, que resolve-se a conversar com seus outrens onipresentes (e também presentes em lugar nenhum!),
é aquele que não enxerga suas alianças costuradas de memória,
esses cordões de lembrança que nos seguram a alma no mundo razoável do vendaval louco sacudidor de janelas da percepção.
São duas figuras diferentes.
O elfo talvez seja muito mais a fada.
Mas estou confundindo já mais outras figuras da cosmologia.
Que há as fadas-musas-bailarinas, talvez francesas,
são as flanantes; mas e o flanar masculino,
que seria justamente o elfar?
e há os vampiros de Londres.
Quando as bruxas seriam então fadas, e os vampiros elfos?
Conceitos fixos sóbrios desses não conseguem segurar a cor vibrante de suas invenções: eles saem a embriagar-se e borboletar, trocando de pele mais rápidos do que camaleão: Nuvem.
- Talvez as nuvens me expliquem as razões (deslógicas) do meu panteão classificatório interno de ideais.
terça-feira, 1 de abril de 2008
Viver (rascunho)
Não há maior demonstração de vida do que pulos e cambalhotas:
são movimentos sem sentido,
e com puro sentido;
pois que definem o movimento-em-si - é movimento sem atribulações de tempo-espaço e de deslocamento:
é dança sem música,
simples extravasamento de energia bruta;
transbordamento de raios de sensação, de negação de realidades,
de destoamento, de elfismo.
Quando a vida é tão grande que afoga o ser humano,
ele precisa correr sem objetivo! e de olhos fechados.
Correr de olhos fechados porque é movimento em estado bruto.
Porque elfar é brincadeira para crianças, é sem sentido e sem nexo, é presente sem futuro e passado, é momento.
Crianças passam correndo e dando cambalhotas e pulando, porque têm vida em excesso e por isso são tão gordinhas;
A criança é recém-chegada, é sem hábito: sem passado - e por isso só possui presente.
Conforme se envelhece o passado engorda e o futuro cresce simétrico, a não ser que se negue tudo e se viva na vida saltitante dos lunáticos!
Sair na chuva é para se molhar, é para brincar com água e com os elementos; soltar pipa é entender o vento, é roubar o vento e sê-lo, e que o vento também é o próprio soltador de pipa.
As crianças não precisam da reafirmação alheia para poder ser em tempestade; não precisam do olhar alheio confirmando - elas o pressupõem.
sábado, 22 de março de 2008
Sobre o movimento
Perguntas
O ponto de interrogação deve ser o sinal mais infeliz.
Ou o mais estúpido.
Ainda bem que os estúpidos são ingênuos e felizes hehehehehe.
aviso
alguém me construiu muros altos ao redor
- ou então fui eu mesmo.
vou culpar muitos uns e muitos algos!
não interessa culpa. não interessa nada.
para aqueles que são mortais,
aqueles que se sabem desinteressantes e banais,
os que já prevêem seu esquecimento,
que já esqueceram a si mesmos:
para nós, só podemos amaldiçoar o azar,
invejar os outros de quem já fomos aprendizes no passado.
eles agora explodem em glória mil-maior:
estão inalcançáveis - pois que eu cavei um buraco pra me esconder,
e escrevi em cima um aviso: aqui jazo. isso é tudo.
domingo, 2 de março de 2008
Dobras (rascunho)
Perguntei: seria essa situação o arquétipo da fonte de inspiração?
(Partindo de que minha noção de obra de arte seria a que me inspirasse; e de inspiração a que me tragasse ao estado contemplativo, ou que me provocasse ímpetos de compartilhá-la, ou produzir outra obras.)
Notara muito dantes que a dor é literária, que as mortes e guerras servem aos livros e à arte. Ocorre-me que esta dor em sua maior parte é de rasgo, de deixar marcas na posteridade. Talvez poéticas sejam todas as curvas no tecido do tempo, todo o questionamento do tempo-espaço cotidianamente óbvios; ou mesmo todo o pensar fora de si, o pensar através do outro, o sair do corpo e da cosmovisão do dia-a-dia.
Talvez por isso a noite inspire: esconde o mundo? É outro mundo, o mundo escuro, oposto ao óbvio iluminado.
E as drogas nos trariam inspiração pela alteração do espaço-tempo, pelo questionamento do eu ...
Porque o texto não literário, o que não inspira, que não é um mundo-em-si, o texto mais cru e frígido, desapaixonado, tomemos como o ensaio científico bruto, os dados de computador. (São os textos-reprodução-do-mundo, representação. Que descrevem pormenores como se por conceitos possuidores de existência própria, captáveis por qualquer leitor. Fingindo que poderiam descrever a música para o surdo. Fingindo que as palavras não funcionam somente através das catarses, das metáforas, do leitor reconstruindo um texto à parte.)
Talvez por isso as plantas inspirem, serem seres a se mover no tempo noutros ritmos de difícil captação. Talvez por isso as nuvens inspirem, por não serem definíveis no espaço, sempre em movimento.
Guardas-chuva me inspiram por fingir volume, por quando abrir serem explosão; que as ilusões ao serem reveladas redefinem o mundo: o choque do desmentir é grito-orgasmo, rasgo.
Repensar o espaço-tempo não é que um tipo de pensar pelo/através de outrem, reinventar o mundo. Os óculos de Proust: não procurar outras paisagens mas outros olhos.
Talvez Deleuze esteja certo e o importante nessa história toda seja o devir, a transformação. Que só importa definir estados semi-estáticos de antes-depois para perceber as marés de mudança atuantes, a lógica ilógica artística do real.
(seria viajar um grande devir?)
Que nós, povo da aparência/essência, povo das crenças no uno; o que nos leva além de nós, e nos arrasta para alhures, é desfazer esta cosmovisão.
Isto nos faz sair dos paradigmas, conseqüentemente sair dos medos e felicidades da vida mundana, se lançar externo a si e ver-se por outros olhos.
Não diria ver o mundo em sua Verdade, sua coisa-em-si; diria ver o mundo de outra forma, e a divergência entre os dois nos levaria além?
E lá vamos nós, mais uma escala no mundo dos livros, atrás de outros filósofos a assimilar. Que inferno, pois só queria escrever aquis-e-alis, nada de ficar vangloriando os já-perpétuos.
sábado, 23 de fevereiro de 2008
Round Trip (Trip das bicicletas)
De volta à Europa, à Holanda, a Haia, ao Mauritshuis, à sala à esquerda quando se sobe o terceiro lance de escadas; de volta à Vista de Delft; algumas horas de contemplação, entremeadas por pausas para capuccinos da promoção e sanduíches roubados do café da manhã do albergue, me recompensaram com a tão almejada compreensão da importância da parede amarela, a obra-prima de Vermeer.
E assim,
o mistério iniciado meses atrás por um quadro,
se desfaz,
como um laço de fita,
como um bolinho desmanchando em chá,
pois que proust se abriu em leque desde então,
conforme as páginas destrinchavam na minha frente,
e suava assimilar os eternos,
suava assimilar cézanne e bacon, e kafka e pink floyd,
a história da vista de delft e de bergotte que morre na frente dela,
e todo o contexto de uma filosofia da diferença,
uma filosofia que vangloriasse as singularidades,
veio se abrindo para mim,
quase como se esses meses no brasil tivessem sido uma longa escala nos livros,
uma pausa pra continuar aqui,
para entender aqui,
posta a própria viagem começada lá em amsterdam,
terminada aqui em amsterdam,
num reviver de tantas cenas e cenários,
tantos quadros e diálogos,
tantos filmes vivos,
uma sucessão de déjà-vus que entortam o tempo e redefinem o mundo, fazendo sentido.
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Cerbère
Paguei molhando pés em Mediterrâneo, lagarteando em praia de pedras, fingindo filmes franceses.
Sem dúvida tudo planos longos de gotas salgadas de mar, que terminaram indo dormir em minha língua cansada.
Paris amanheceu triste, e sem assassinatos.
a Bachelard
Ela passou aqueles dez anos de prazo esculpindo nuvens, todos os dias e noites, parada no topo de sua montanha, sonhando as belas nuvens.
(Baudelaire)
a Jonathan Strange
Nuvem escreve no céu.
Seria a grama mera tela, mera desculpa para o vento balançar os teus cabelos?
(Baudelaire)