sábado, 23 de fevereiro de 2008

Round Trip (Trip das bicicletas)

De volta à Europa, à Holanda, a Haia, ao Mauritshuis, à sala à esquerda quando se sobe o terceiro lance de escadas; de volta à Vista de Delft; algumas horas de contemplação, entremeadas por pausas para capuccinos da promoção e sanduíches roubados do café da manhã do albergue, me recompensaram com a tão almejada compreensão da importância da parede amarela, a obra-prima de Vermeer.

E assim,
o mistério iniciado meses atrás por um quadro,
se desfaz,
como um laço de fita,
como um bolinho desmanchando em chá,
pois que proust se abriu em leque desde então,
conforme as páginas destrinchavam na minha frente,
e suava assimilar os eternos,
suava assimilar cézanne e bacon, e kafka e pink floyd,
a história da vista de delft e de bergotte que morre na frente dela,
e todo o contexto de uma filosofia da diferença,
uma filosofia que vangloriasse as singularidades,
veio se abrindo para mim,
quase como se esses meses no brasil tivessem sido uma longa escala nos livros,
uma pausa pra continuar aqui,
para entender aqui,
posta a própria viagem começada lá em amsterdam,
terminada aqui em amsterdam,
num reviver de tantas cenas e cenários,
tantos quadros e diálogos,
tantos filmes vivos,
uma sucessão de déjà-vus que entortam o tempo e redefinem o mundo, fazendo sentido.

3 comentários:

  1. primeiro post dos muitos textos sequelados escritos nestes prados tao viajantes.

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  2. gostei.
    nao entendo metade dos nomes e citações que estão escritos aí. mas, seja pelo que eu entendi ou pelo que você acha que eu entendi, gostei muito.
    sem maiores críticas.

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  3. pena q nao pude voltar a haia...
    mas voltarei

    heheheh

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