sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Caos I

Vou gritar aqui
ADEUS!
Que se morra o inverno!
Eu não agüento mais o desespero fútil dos que não foram Ah,
meus filhos.
Ah, meus filhos, Vão-se embora para fim!
Que suas perucas largas estão afogando meu mar de sonhos
E eternamente penso: quem são os dois carinhos dois
Quem são os meus, quem é o eu e tu não sabes?
Barril de paródias soltas eu!
Despejo teu conteúdo na massa,
Na, no sufoque expectativo -
Matar o desejo da comparação:
Não - me - com - pre - en - da !
Azul.

5 comentários:

  1. o texto faz mais sentido quando lido de cabeça para baixo.
    fica lindíssimo.

    ResponderExcluir
  2. fiquei em dúvida se voce está sendo sarcastico ou nao.
    minha boca gosta de falar essas palavras.
    e os ultimos versos meio que dizem a que veio essa falta de sentido toda.

    ResponderExcluir
  3. nao foi sarcasmo nao, li de cabeça para baixo e é muito bom também.

    ResponderExcluir
  4. Caro andrezinho,
    sinto que fui frio de mais ao tentar imitar o seu modo de fazer críticas. A verdade é que nunca me importei muito com a influência do que você diz no que eu escrevo: assim: o texto eh esse, foi isso que saiu, excessivo ou nao, moralista ou nao, lispectoriano ou nao, impossitivo ou nao: acho mesmo que nao me importo muito porque você não é mesmo o tipo que me leria: só penso na forma como meio de elaborar o que em mim ainda são sentimentos obscuros. É por isso que nao tem máscara. É por isso que eu mesmo me imponho à interpretação daquelas metáforas: porque acho mesmo que eu sou o meu maior leitor.
    Quanto aos seus textos, acho que agora entendi o espírito: sao feito vinho: mas as bocas sao tao diferentes! O que quero dizer é que esse Caos I, por exemplo, pode ser delicioso na sua recitação

    Você nao gostar dos meus textos é mais do que esperado, é muito possível: e nao porque eu seja contemporaneo e você um cartesiano idiota, nem vice-versa, mas apenas porque estamos usando a escrita com intenções diferentes. Lembre-se: eu odeio o academicismo. E você me parece querer viver dele. E na verdade dizer que eu choco é bobeira: queria mesmo é ser compreendido.

    ResponderExcluir
  5. Direito de resposta:
    no meu texto "Em nome do filho", quis falar de um sentimento obscuro e nunca anunciado: infantil sim: que é quando queremos levar esporrinho do papai e da mamae, da professora, queremos chamar a atencao deles, e quando o fazemos coramos, tímidos, e nos sentimos bem, atendidos, e pior: sentimos deixamos aquela pessoa continuar na posição de superior: simplesmente porque eu nao aguentaria ser melhor que ela, nao a principio: e por isso o texto é bem infantil

    Acho que se o texto for bem lido eu cumpri meu objetivo. De novo: caguei para a forma.

    P.S. Quando fala de Nietzsche eu pressuponho que você o tenha lido. Porque você fala com muita propriedade de Clarice mas tenho certeza que pouco a leu. Cuidado: isso é javanes.

    ResponderExcluir